O que sexualmente é satisfatório para uma pessoa ou para uma cultura para outra pessoa pessoa pode ser inconveniente ou problemático.
Nos casamentos contemporâneos, em geral voltados para a realização amorosa e sexual, qualquer uma das situações abaixo tende a ser percebida de forma negativa.
Talvez algumas se apliquem ao seu caso:
1. Falta desejo ou libido para procurar uma aproximação sexual;
2. Uma vez iniciada a aproximação sexual, não surge a excitação;
3. Dificuldade de manter a excitação nas preliminares ou durante o sexo;
4. Dificuldade de chegar ao orgasmo;
5. Tudo funciona, mas é mecânico e pouco emocional;
6. Um de vocês sofre de “distúrbios sexuais”, como ejaculação precoce, anorgasmia, vaginismo, impotência etc.;
7. A frequência de relações está abaixo do desejado por um dos parceiros,
e não corresponde ao socialmente esperado na idade e no ciclo de casamento.
Porque isso acontece?
Qualquer uma dessas situações citadas acima podem estar ligada à falta de química sexual entre você e seu par ou talvez vocês não se entendam nas preferências eróticas. Ou um de vocês não tem habilidade sexual. Algumas das sete dificuldades listadas também podem derivar de inibições sexuais anteriores ao casamento, que pouco têm a ver com o par.
Os problemas sexuais também podem derivar de brigas e ressentimentos fora da cama que acabam contaminando o sexo. Há também os casos em que fatores orgânicos (disfunções hormonais, efeitos colaterais de medicação) interferem no desejo e no prazer.
O que fazer então?
Para atuar sobre as dimensões sexuais é preciso que você se COMUNIQUE sexualmente com seu par.
1. Falando sobre sexo sem usar palavras
Conversar sobre preferências sexuais de cada um ou sobre a eventual falta de habilidades sexuais do parceiro pode ser bastante difícil. Há pessoas muito tímidas ou desajeitadas — e há culturas que não favorecem esse tipo de diálogo. Se para vocês for difícil falar de sexo, há formas de tentar se comunicar por vias não verbais.
Por exemplo, você pode ensinar seu par não só sobre suas necessidades pessoais no sexo, como também sobre as necessidades sexuais de seu gênero, mostrando e fazendo coisas, em vez de falar a respeito delas. Para isso, tem de ser suficientemente desinibido para autorizar a si mesmo e ao par a explorar a sexualidade, tateando, fazendo e observando as reações do outro. Você precisa aprender a observar sinais, iniciativas e respostas, e também a sinalizar de modo adequado o que o agrada ou não. Se você for muito tímido, tente ir aos poucos, avance a cada semana.
2. Comunicando-se — com palavras — sobre habilidades e preferências sexuais
Entraves típicos a uma conversa aberta sobre sexo são:
I. A inibição cultural em falar de sexo. Há diversos preconceitos, como considerar sexo algo “sujo” ou achar que falar de aspectos “técnicos” acaba com a graça e a magia.
II. Medo de que, ao falar de sexo, você abale a autoestima do par. Vencer esses dois entraves pode ser difícil para pessoas tímidas ou sexualmente inibidas, mas talvez você possa pensar que falar de sexo é necessário para a maioria dos casais que gostaria de se ajustar nessa área. Vocês provavelmente não são telepatas, e uma sintonia sexual mágica e natural é algo raro.
Pessoas mais tímidas preferem esperar por uma “ocasião natural” para falar sobre o assunto, mas isso pode levar semanas, meses ou anos. Em geral, em todas as áreas problemáticas do casamento, é melhor você aprender a abordar o assunto de modo proativo, sabendo escolher um momento adequado e uma forma respeitosa. Para falar de sexo vale o mesmo: escolha um momento calmo e íntimo para ativamente puxar o assunto, usando de tato e carinho. Nem sempre a conversa sobre sexo tem de ser profunda e se constituir como um diálogo extenso.
O que mais pode ser feito?
Além de se comunicar, de dialogar sobre suas insatisfações de maneira assertiva e gentil, também é importante considerar:
Aspectos fisiológicos:
- Mulheres: ir ao ginecologista (podem ter aspectos hormonais alterados que influenciam na libido);
- Homens: ir ao urologista (tratamento para disfunção erétil).
Aspectos emocionais e psicológicos:
Buscar ajuda terapêutica individual ou de casal.
Bibliografia:
HANNS, Luiz. A equação do casamento. São Paulo: Editora Paralela, 2013.
Comments